As crianças da aldeia chamavam-lhe Senhor Gloomy, mas, na realidade, o seu nome era Toomey, Jonathan Toomey. E embora não seja nada delicado pôr alcunhas às pessoas, aquela fazia todo o sentido, pois Jonathan Toomey raramente sorria e nunca se ria. Murmurava, resmungava e queixava-se. Queixava-se de que os sinos da igreja tocavam com demasiada frequência, que os pássaros cantavam alto de mais, e que as crianças faziam muito barulho a brincar.
O milagre de Natal de Jonathan Toomey
Um conto de Natal
Subjacente ao Natal (para lá do mito religioso) estão crenças de renascimento e renovação enraizadas na natureza humana, e cuja origem remota às religiões pagãs. Um conto de Natal de Dickens exemplifica isso mesmo. Um homem, Ebenezer Scrooge, vergado pelos anos e pelas desilusões, recusa-se a participar nos festejas. Não vê neles sentido e prefere a companhia do dinheiro.
A caixinha de beijos
Há algum tempo atrás, um homem castigou a sua filha de três anos por desperdiçar um rolo dourado de papel de presente.
O dinheiro era pouco naqueles dias, razão pela qual o homem ficou zangado ao ver a menina a embrulhar uma caixinha com aquele papel dourado e a colocá-la debaixo da árvore de Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menina levou o presente ao pai e disse:
— Isto é para ti, Papá!
Ele sentiu-se envergonhado da sua reação, mas voltou a zangar-se quando viu que a caixa estava vazia.
Uma chávena de cada vez
Nada parece juntar as pessoas como o Natal.
O facto de eu estar na prisão não fez qualquer diferença.
Mas a princípio não era assim.
Os guardas tinham colocado uma árvore de Natal — com raiz e tudo — em cada unidade. A ideia era que os homens a decorassem com tudo aquilo que pudessem encontrar.
A criatividade devia ser o nosso único limite, e a unidade que vencesse receberia gasosas e pipocas.
A árvore ficou num canto durante uma semana. Parecia ser um símbolo da perda de dignidade que todos sentíamos por estarmos encarcerados naquela época do ano.
O elfo mais pequenino
Oliver era um elfo que vivia com a família no Polo Norte. Havia muitos elfos na Aldeia do Pai Natal, mas Oliver era o mais pequenino.
Oliver estava muito entusiasmado, porque nesse Natal ia descobrir o seu dom especial. Para isso, tinha de visitar todas as lojas e descobrir qual era a tarefa mais apropriada para ele.
Na oficina dos brinquedos, onde a sua mãe trabalhava, Oliver tentou fazer amorosos ursinhos de peluche. Mas acabou por ficar perdido no meio dos enchimentos!
Um conto de dois Natais
Tenho muitas memórias felizes do Natal de quando era criança, mas há duas em particular que se destacam das outras. A primeira ocorreu quando eu estava no sexto ano; a segunda, um ano mais tarde.
Depois de termos ido para a cama na véspera de Natal, o meu pai alinhou cinco cadeiras da cozinha na sala, uma para cada um dos filhos. De cabides de roupa fez ganchos e pendurou-os nas costas de cada cadeira; em cada um, pendurou as grandes meias de Natal vermelhas e verdes que a minha mãe tinha tricotado para cada um de nós. Os presentes demasiado grandes para caber nas meias foram colocados em cima ou por baixo das cadeiras.
Nessa manhã de Natal em particular, os meus pais estavam sentados no sofá, numa das extremidades da sala de estar, a ver-nos arrancar os embrulhos.
Porque é Natal
Queridas amigas e amigos,
O que eu gostava mesmo era de ser o Pai Natal. O verdadeiro. O autêntico. O que desce pelas chaminés e leva uma prenda a cada menino. E, já agora, a cada adulto.
Sei que já não há chaminés por onde possa escorregar um Pai Natal que se preze. Teria de aprender outros truques para entrar na casa de cada um.
Mas havia de levar prendas daquelas que não são compradas à pressa. Nem precisam de muitos laços e fitas. Prendas com prendas dentro. Das que ficam muito tempo a fazer ninho no coração das pessoas.
O desejo secreto de Annika
Era a antevéspera de Natal.
Annika raspou alguns pedaços de cera endurecida da cornija da lareira. A sua cabeça estava cheia de sonhos sobre o Natal. Sonhos com arroz-doce. E com a amêndoa. Há dez anos que a esperava e agora só faltava um dia.
Um dia mais para desejar e sonhar.
O seu irmão Erik quebrou o silêncio ao bater no chão de madeira brilhante com um ioiô vermelho.
— O ioiô é meu — reclamou o pequeno Davy, fazendo menção de o agarrar com a muleta.
Catedral
Na cozinha, jorra água da torneira para encher o recipiente onde o bacalhau ficará a demolhar. As bolachas suspiram de prazer no forno. A compota borbulha alegremente ao lume e o seu vapor frisa-me o cabelo. Espreito a massa das filhoses que teima em não crescer, experimentando-me a paciência e a esperança. Pousado na bancada, o livro de receitas murmura os seus segredos.
Cada pensamento que tenho é uma fonte de calor que se transforma num rosto. Sinto o pulsar da cidade, apressada. Sinto a sua dor, os seus desencontros, o seu amor impaciente.
Feliz Natal, Toupeirinha!
É véspera de Natal.
Colada aos vidros da sua janela, a Toupeirinha vê a neve a cair.
Suspira. O que vai fazer neste dia tão longo?
De repente…
Toc-Toc-Toc!
Quem bate à porta da Toupeirinha?
Para pensar durante a Festa
A caixa de sapatos: Era o dia 25 de dezembro.
Na noite da véspera, Papai Noel havia visitado as crianças da vizinhança deixando para cada uma delas um presente. Eram presentes simples. Uma bola. Uma boneca comprada em loja, de celuloide, material antepassado do plástico. Uma boneca de pano que alguém fizera em segredo. Um caminhãozinho de madeira que se comprava na cadeia. Os presos, sem ter o que fazer, transformavam-se em fabricantes de brinquedos. Sim, parecia que Papai Noel visitara todas as crianças da redondeza. E todos os meninos e meninas saíam à rua, exibindo a sua alegria.
Menos o Vinícius, menino de 6 anos, meu vizinho. Papai Noel se esquecera dele.
O calendário do Advento do Avô
Zeca mal podia esperar pelo começo do Advento, os dias mágicos até ao Natal! E hoje, finalmente, chegou o grande momento.
Pela manhã, abre a primeira janelinha do seu calendário do Advento.
— Recebi um calendário com chocolates — conta Zeca ao avô.
— És um guloso — ri-se o avô. — No meu tempo, não havia coisas dessas.
Zeca olha para o avô com pena.
— Não recebias um calendário do Advento?
— Sim, só que o meu era diferente.
— Diferente como?
A floresta dos pinheiros grandes
Numa pequena colina, havia um pinheirinho que sonhava ir viver um dia para perto dos pinheiros grandes, na serra que ficava mesmo em frente.
Numa manhã de inverno, uma camioneta parou nas proximidades. Dela saiu um homem com uma enxada. Desenterrou o pequeno pinheiro e meteu-o na traseira da camioneta.
— Vamos lá ver se se vende — disse. — A caminho!
Outros pinheiros, de tamanho médio, também lá iam.
— Estamos a caminho da floresta dos pinheiros grandes? — perguntou o pequeno pinheiro, muito preocupado.
Natal Antigo
Estamos a três dias do Natal e dou comigo a lembrar os tempos em que os presépios tinham musgo apanhado pelos campos, pratas ou vidros que imitavam água, toscas figuras de barro pintado. E tudo fazia sentido, numa composição virada para uma criança recém-nascida, esperança e paz deste mundo.
Não havia Pai Natal nem árvore. Todos os preparativos eram feitos na noite de 24. Grandes alguidares onde se batiam os sonhos e, no lume, a canja da galinha criada no quintal. Bem antes de deitar, a chaminé era limpa, enfeitada, e os sapatos brilhantes ficavam ali à espera. Na verdade, a espera era nossa, das crianças. O que estaria lá de manhã? Doces, um brinquedo talvez? Um livro, sempre, a partir da idade de os saber compreender.
A luz que sempre regressa
Se aproveitarmos o bem que encontramos,
sem fazer perguntas, no fim teremos um grande retorno.
Ralph Waldo Emerson
Todos os anos, logo que o Halloween acaba, o nosso filho Matthew fica à espera das luzes. Tem-no feito há mais de doze anos. À medida que os dias ficam mais pequenos e as noites crescem, as temperaturas baixam e as folhas caem, ele fica à espera das luzes.
E sabe que elas hão de chegar.
Os vizinhos do outro lado da rua dispõem sempre um belo, brilhante (e de bom gosto) sistema de iluminação para a quadra festiva, e Matthew adora esperar que o liguem, o que normalmente acontece após o Dia de Ação de Graças.
Mas ele inicia a sua vigília um mês antes de elas chegarem. E depois, a cada dia a seguir ao Dia de Ação de Graças, e até que as luzes se desliguem logo após o Ano Novo, ele fica à espera, entusiasmado, a partir do meio da tarde.
Um casaco com asas e muitos bolsos
Era uma vez um rapaz que gostava de bolsos. Grandes, pequenos, médios e assim‑assim. Nos primeiros arrumava os cadernos da escola, nos segundos, as pedras redondas e as moedas, nos médios, os pacotes de leite com chocolate e nos assim-assim, tudo o que sendo invisível para os olhos da maioria das pessoas era importante para ele. Os pensamentos e os projetos por exemplo. Não se veem, mas são reais e o rapaz guardava-os para nunca se esquecer deles. Também era um rapaz com sorte. A mãe sabia costurar e ele acreditava que os seus dedos eram mágicos e que, se ela desejasse, poderia fazer-lhe um casaco com asas que lhe permitisse voar.
“Não é possível!”, pensou o Pai Natal
— Noite feliz! — cantava o Pai Natal.
Atarefadamente, ia consultando listas de pedidos, embrulhava brinquedos e punha as respectivas etiquetas.
De repente, interrompeu o trabalho e lançou um olhar ao calendário.
— Deus do céu! — exclamou. — Já é altura de ir para a Terra. A festa de Natal está próxima!
Atou ainda um pequeno embrulho, compôs um laçarote e encheu o grande saco.
— O dever chama! — murmurou. Pegou num gorro e pôs-se a caminho da cidade.
A batalha de Natal
— Só mais seis dias — disse Neli.
Enquanto a filha tentava assobiar Noite Feliz, a mãe repetiu, pensativa, numa voz que não soava alegre:
— Ainda seis dias.
Após uma curta pausa, prosseguiu, suspirando:
— Se tudo já tivesse passado!
Com o assobio suspenso no ar, Neli olhou para a mãe com ar estupefacto:
— Não estás contente?
— Claro que sim, mas já estou pelos cabelos com esta agitação toda!
É Natal
O carrinho vermelho
Para ser honesta, o primeiro mês foi um paraíso. Quando Jeanne, Julia, Michael (respetivamente de seis, quatro e três anos de idade) e eu nos mudámos do Missouri para a minha terra, no Ilinóis, exatamente no dia em que me divorciei, sentia-me feliz por ter encontrado um local onde não haveria violência nem abusos.
Mas, passado o primeiro mês, comecei a sentir a falta dos meus amigos e vizinhos. Comecei também a sentir a falta da nossa moderna e bonita casa nos arredores de St. Louis, principalmente depois de nos termos mudado para uma velha casa alugada, única possibilidade para os meus parcos rendimentos de divorciada.
E depois… e depois…
Volto mais uma vez à «personagem» da minha crónica anterior: a árvore de Natal. E isso porque vi, num bairro da cidade, uma mulher a atirar para o lixo o seu pinheirinho dos dias festivos de Natal, entretanto terminados. Nem esperou pelo Dia dos Reis, como, de um modo geral, é uso. Ao homem que a observava explicou que comprara a arvorezinha no Jardim do Palácio, por um preço «vá lá, razoável». É que a Câmara, interessada em antecipar-se à devastação selvagem dos pinhais nos arredores do Porto, resolveu pôr à disposição da população pinheiros provindos das mondas necessárias, pois eles embaraçariam o bom desenvolvimento dos restantes. Uma iniciativa louvável. Deve reconhecer-se.
Anjos a dobrar
Ao acordar ao som do despertador, sorri de alegria por ter que esperar só mais um dia.
Saí da cama e vesti-me com as primeiras roupas que apanhei. Revistando a cozinha à procura de algo para o pequeno-almoço, decidi-me por uma taça de cereais e umas sobras de pizza da noite anterior. Depois, ocorreu-me de repente que não tinha comprado um presente para a minha mãe. Era véspera de Natal e as lojas iriam fechar dentro em breve. Enfiei uns sapatos, agarrei na minha prancha de skate e lá fui eu para o centro comercial.
O ursinho cor de caramelo
Ah-ha! Finalmente tinha encontrado o presente perfeito para a meia de Eric!
O urso cor de caramelo estava sentado, todo empoleirado, em exibição junto da montra da frente da loja. Numa mão segurava uma bola de futebol, mesmo com os cordões e tudo e, na outra, um capacete! Depois de ter localizado o urso, já sabia que tinha que me esgueirar até lá mais tarde, para o comprar sem ter os mais pequenos à minha volta. Estava tão entusiasmada!
Todos os anos, a nossa família ia para o centro comercial durante uma hora para arranjarmos as prendas de Natal uns dos outros.
Pois, e eu sou o Coelhinho da Páscoa!
O Natal estava aos poucos a aproximar-se cada vez mais. Pelo menos assim nos parecia a nós, as crianças, que ansiosamente esperávamos ouvir o último e bem-aventurado toque da campainha da escola que iria marcar o início solene das férias da quadra natalícia. O nosso pai não se encontrava na cidade, a nossa mãe estava na mercearia, e a minha irmã e o meu irmão mais velho estavam fora, em visita a amigos. Com a impressionante idade de treze anos, eu estava por minha conta.
Não sou avarenta… Estou apenas falida
Dizem que não é possível ter muitos amigos. Contudo, com o Natal a uma semana de distância, ainda faltavam cinco pessoas da minha lista de presentes e só tinha três dólares. Como dizer à nossa mãe, irmão e três amigas que só podemos gastar sessenta cêntimos com cada um deles?
Uma dádiva intemporal
Comprar um presente de Natal pode ser o evento mais enervante do ano. E fazer compras para a minha mulher revela-se sempre um desafio especial. Os aspiradores são demasiado impessoais, os bilhetes de futebol são pouco funcionais, e os utensílios de cozinha são absolutamente proibidos.
Um Natal cheio de ternura
Há já muitos anos que o ursinho se mantinha quieto na prateleira de madeira. A fita vermelha que trazia ao pescoço perdera a frescura de outrora e o pelo amarrotado e coberto de poeira começava a ficar cinzento. Os seus olhos, porém, continuavam a brilhar tanto como quando uma criança pegara nele ao colo pela primeira vez.
Zelando pelo calor do lar
Os nossos pais trabalhavam arduamente, fazendo sempre o seu melhor para proporcionar festas com memórias inesquecíveis à nossa família de sete elementos.
Algumas semanas antes do Natal, o meu pai aceitava turnos duplos e por vezes triplos na cimenteira para se certificar que nós teríamos presentes debaixo da árvore. Coberto de cinzas e fuligem, arrastava-se todas as noites para casa, completamente exausto de limpar chaminés enegrecidas pelo fumo. Além de um emprego a tempo inteiro – como funcionária municipal e outro como mãe, – a nossa mãe fazia tudo o que era necessário na década de sessenta para conseguir que o orçamento esticasse: coser roupa às primeiras horas da manhã, remendar roupas usadas, empacotar os almoços para a escola e lavar fraldas de tecido.
O dom de dar
A Avó e o Avô viviam no outro lado do país e, embora nos telefonássemos e escrevêssemos frequentemente, já tinham passado vinte anos desde que os tinha visto pessoalmente. A saúde deles estava a deteriorar-se, e a idade mantinha-os por casa. As minhas responsabilidades pessoais com o marido, dois filhos jovens e um trabalho a tempo parcial, impediam-me de os visitar.
O dom do perdão
O último grupo de convidados acotovelava-se alegremente para sair pela nossa porta da frente e descer as escadas. Eu fiquei de pé, de porta aberta, respondendo à última rodada de desejos de felicidades enquanto os nossos convidados, descendo o passeio à frente da casa até aos respetivos carros, se viravam para trás a dizer adeus.
Tudo o que tenho é teu!
Acabamos por perder o que guardamos só para nós.
O que damos manter-se-á para sempre connosco.
Axel Munthe
Faltavam só duas semanas para o Natal e o último sítio onde eu queria estar era mesmo no hospital! Mas estava a recuperar de uma cirurgia. Era o primeiro Natal da minha família no Minnesota, e eu teria querido que fosse inesquecível. Mas nunca desta forma.
Ignorei, durante semanas, uma dor que tinha do lado esquerdo, mas quando começou a piorar, corri para o médico. “Cálculos biliares” disse ele, observando as radiografias. “Em quantidade suficiente para fazer um colar. Tem de ser operada imediatamente.”
Luzes de esperança
No pico do inverno finalmente aprendi
que havia em mim um invencível verão.
Albert Camus
Foi-me diagnosticado um cancro em outubro de 2004, o que implicava que os tratamentos iriam prolongar-se durante o mês de dezembro.
Quimioterapia no Natal era algo de que eu não estava à espera. E assim rezava todos os dias para que o Natal não fosse arruinado nem pela minha doença nem pelos tratamentos.
Manter as coisas em perspetiva
No meu escritório, subi a um banco periclitante e encontrei as caixas de Natal numa prateleira de trás. Era chegada a altura de transformar a nossa casa com as cores mágicas da “época do amor”.
Como nunca consigo entrar verdadeiramente no espírito das coisas até montar o meu próprio cenário, coloquei a caixa em cima da carpete e ajoelhei-me para explorar, uma vez mais, as velinhas aromáticas, as bolas acetinadas, e os enfeites brilhantes que todos os anos têm sido penduradas na nossa árvore. Ao separar os fios das minúsculas luzinhas coloridas, curvei-me para ligar a primeira série. Fez-se luz!
Três bagas de zimbro e um salto de coelho
Gosta do silêncio da floresta, dos atapetados carreiros de folhas, um verde seco a acastanhar-se em nervuras, pecíolos e limbos, do musgo a crescer na casca das árvores. Os raios de sol obliquam-se ao entardecer e ele ganha coragem, solta-se do bloco de notas onde plasmava quieto há já alguns dias à espera de cor. Tardava.
A trabalhar no dia de natal
Aquele 25 de dezembro era um dia invulgarmente sossegado nas urgências. Sossegado, isto é, exceto no caso dos enfermeiros, especados em torno do posto de enfermagem, resmungando por terem de trabalhar no Dia de Natal.
Naquele dia eu era a enfermeira de triagem e tinha acabado de sair para a sala de espera para fazer umas limpezas. Como de momento não se viam doentes à espera, voltei ao posto de enfermagem para tomar uma chávena de cidra quente do jarro que alguém tinha levado para beber no Natal. Nessa altura, um funcionário das admissões regressou ali e disse-me que tinha cinco doentes à espera de serem avaliados.
Uma boneca do Pai Natal
A mãe de Alice morreu quando ela tinha cinco anos de idade. Apesar de os seus nove irmãos e irmãs serem muito carinhosos, não conseguiram, obviamente, substituir o amor de uma mãe. Alice, que é hoje minha mãe, contou-nos que em 1925 a vida era muito difícil e que a sua família era tão pobre que nem sequer podia dar-lhe uma boneca pelo Natal.
O presente do “Cara-Feia”
A mãe estava sentada na cadeira de imitação de cabedal, no consultório médico, a mexer nas unhas com nervosismo. Rugas de preocupação sulcavam-lhe a testa, enquanto olhava para Kenny, de cinco anos, sentado no tapete à frente dela.
«Ele é pequeno para a idade e muito magro», pensou. O cabelo louro do menino caía-lhe macio e liso sobre as orelhas. Ligaduras de gaze branca envolviam-lhe a cabeça, tapando-lhe os olhos e prendendo-lhe as orelhas.
Música para os meus ouvidos
Sentei-me em silêncio no banco de trás enquanto regressávamos a casa de uma cerimónia vespertina da igreja, onde tinha ouvido, uma vez mais, a maravilhosa história do nascimento de Jesus. E o meu coração transbordava de alegria enquanto nós os três entoávamos conhecidas canções de Natal vindas do rádio do carro.
Uma estrela nos guiará
Outros Natais
Onde a magia dos Natais de outrora
O presépio dos olhos da infância
São José, a Virgem, o Menino
Figuras modeladas, quase gente
A mostrar-se ao espanto dos pastores que vinham
Em fila pelo musgo dos caminhos
Para ofertar cordeiros e presentes. Continuar a ler
Natal…
Poema de Natal
Neste Natal é imenso o frio…
Sonhos
Simples caixas de madeira
Suponho que todas as pessoas têm um Natal de infância especial que se destaca de todos os outros. Quanto a mim, foi o ano em que a fábrica Burlington, em Scottsboro, fechou. Eu era apenas uma criança. Não poderia indicar o ano exato; é uma mancha nebulosa na minha mente, mas os acontecimentos desse Natal estão para sempre vivos no meu coração.
Um Natal azul
Esta história é acerca do Natal e da caixa por debaixo da nossa árvore de Natal, que não era, de modo algum, suficientemente grande para conter uma bicicleta. Essa caixa, embrulhada em papel de seda azul brilhante com uma etiqueta onde se lia «Feliz Natal, Terry – com amor, Mãe e Pai» era o objecto da minha atenção, porque sabia que encerrava o meu principal presente, e aquilo que eu queria, na verdade, era uma bicicleta. Não uma bicicleta qualquer, mas uma bicicleta azul do Armazém Johnston, em Hill.